Estava pensando naquela coluna do cara do cemento que tanto ultrajou todo mundo, e me ocorreram algumas coisinhas.
Primeiro, que eu não me sinto ofendida ou enojada ou acho que o cara é um ser desprezível. Ele falou algo... besta, quase sem pensar, eu diria. Meio clichezinho de riquinho até.
Segundo, pensei no alívio que eu senti quando estava lendo a coluna, que dizia, dentre outras cousas, que como contribuinte ele podia reclamar da situação do centro de SP. É uma idéia meio óbvia, mas ainda é um alívio lê-la. Acho que este direito ninguém contestou.
Lembro de um filminho que vi no cinema alguns y anos atrás, era aquele do agente secreto que tinha uma cena de um molequinho conduzindo um carro que ia colidir com um trem, e o agente do lado de fora pedindo pro molequinho destravar as portas - e o molequinho fazia que não com a cabeça. Eu lembro que eu fiquei com raiva do molequinho, e ao mesmo tempo não podia nem verbalizar mentalmente a coisa porque, afinal, era só um molequinho, pra que ter raiva do molequinho? E aí alguém na sala falou "Menininho filho da ****", e eu senti uma onda de alívio por saber que não era a única. Depois disso, sem mais culpa sobre detestar molequinhos, embora tenha minhas reservas sobre menininhas.
E aí me lembro de Holden e tudo mais é perdoável - eu gosto porque eu gosto, eu odeio porque eu odeio, não é uma liberdade fantástica?
Enfim, o cara do cemento me deu a liberdade de pensar abertamente (se é que esse termo existe ou faz sentido algum) sobre tudo que tem de errado na cidade, sem culpa. Fui a única?
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Eu amo essa noites sem vento. Em que eu posso acender um cigarro, abrir a
janeça e ver a fumaça indo embora por ela. Como se ela fosse bem devagar.
Me dize...
Há 10 anos
eu não sei quem é o cara do cemento.
ResponderExcluirmas eu sempre me sinto culpada por odiar/amar sem ter motivo, principalmente quando estou sozinha. sentimento de culpa idiota e sem sentido.